Pintura Eterna
Com a ponta de um pincel de nuvens, pinto o infinito. Em tons de raro azul e profundo respeito pela natureza de sua perenidade, tomo a liberdade de não emoldura-lo. Contemplo-o assim, tão inspirado e convicto de que sua existencia a todos vida permitirá. Com texturas de desejos, traços sinuosos e bem contornados projeto a forma do possível, e ao impossível designo a dura tarefa de não bastar-se em si mesmo. O infinito expande-se imensurável na tela de minha arte azul-perene! De todos os cantos de minha obra inacabada raios autônomos de criatividade pulsam. Contemplo-o assim, tão incalculável e perpétuo, que nenhuma matematica o escravizará, nenhuma regra o fará exceção. Com tinta extraída do cosmos retoco minha pintura. E assim assino minha obra, na parede irretocável de minha imensidão.