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Showing posts from March, 2013

Luto

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Fechei as portas da sala, por onde entrava o afeto. Apaguei minhas luzes cuidadosamente, cerrei cada uma de minhas janelas, para que nenhum outro expectro viesse a invadir meu silêncio. Cortei a peça de roupa negra que me ornamentava a tristeza, e suave deleito-me sobre o pranto, na esperança de adormecer, e esquecer o pesadelo em vigília que hora me atormenta. Sufoco lágrimas num ponto qualquer da garganta, e reinvento-me a fim de sobreviver a mais uma batalha sem vencedores. Ferido, cansado e melancólico, arrasto-me solenemente a fim de atravessar os limites do campo minado que por escolha resolvi trilhar. Em trapos, esquivo-me num canto humido no final de um frio e longo corredor, onde disputo o espaço com uma escultura sem bracçs, quebrada, solenemente relembrada apenas por sua história quase inexistente. Contraio meu coração, e sinto-o apertado, quase gritando de dor -  não a primeira sofrida, tampouco a última  ser vivida. Esp

Deus por uma noite

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Por uma noite apenas, senti-me como a um Deus! E tal qual sublime ser supremo Desafiei todas as leiis criadas pelos homens, Reinventando minha própria natureza. Por uma noite apenas, senti-me tal qual um Deus! E do alto de meu poder supremo, Do topo de meu poder divino, Amei como um imortal!- Intensivamente, poderosamente... E completo me mpus sobre tempo e espaço Abstraindo-me do julgamento humano Por pura extensão do divino ser que ali eu era Por uma noite, uma noite apenas senti-me Deus! Senti-me a propria expressão da liberdade que criara, E na orgia de uma libação sagrada em culto ao divino Reverenciei a mim mesmo apossando-me de minha vulnerabilidade sobrenatural. Em poucas horas construí mundos diversos, Deleguei nomes a sentimentos, Emanei intenções divinas, E de sacrificios a mim oferecidos Percebera-me em essência um Deus pagão, E mais uma vez senti-me divino!  Por uma noite , uma noite so, apenas, senti-me como a um Deus!

Na noite em que a liberdade lançou seu voo em mim

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Na noite em que a liberdade lançou seu voo em mim Minha boca encheu-se das palavras que delineiam minha verdade. E num vai-e-vem de vozes diversas, no escuro da sala Onde a Lingua materna ecoava em festa, tudo se transformara em pulsos. Haviam gestos de almas, movimentos de corpos, estetica de prazeres jamais sentidos, palavras jamais pronunciadas, nutridas de um belo sentimento de ternura, que se misturava com a dura expressão do compromisso . Entre olhos e copos de uma nova bebida, que me iniciara na busca de entender melhor a razão de minhas tantas perguntas, percebi-me livre e completo do tudo que me cercava, dando vasão ao meu poema vivo, que circulava pela sala distribuindo versos e prosas: Os olhos de meu poema, em fogo cruzavam distancias entre mim e sua essência, e ainda que soubesse que minha criação tornara-se independente, ainda assim contemplava-o como sendo somente minha, ainda que por um momento. Na noite que a liberdade lançou seu voo em mim Amei a tudo e a todos c