Um conto de amor ...PARTE I - O ENCONTRO

Fora convidado para ir a um vernissage em uma galeria da moda em Sao Paulo, na decada de 90. Amava as artes, e dividia espaco com um astrologo, e centenas de quadros em uma bela casa, localizava em um bairro nobre de Sao Paulo. Jovem, 20 anos de uma vida intensamente aberta para o desconhecido, preparou-se como de costume, a fim de encontrar aos amigos, e juntos "filar" um vinho gratuito em um espaco cool da capital da moda. Ao chegar, logo avistou um grupo de amigos da universidade, que se engalfinhavam proximo a mesa de vinhos, tentando virar tantos copos pudessem, pois o resto da noite so seria garantida com a intervencao etilica, causada pelo nectar que ainda hoje presta-lhe homenagem constante. Tomou uma taca, e comecou a andar pelos corredores da galeria, olhando cuidadosamente as gravuras, coloridas e surreais, armonizadas com sua ja embriaguez suave. Tudo fluia - as cores, os tons, a forca do desenho que lhe penetrava o incosnciente euforico, e as linhas que o transportavam para um mundo subjetivo, aromatizado de vinho e delirios. E foi-se a primeira, a segunda, a terceira...a oitava...a vigesima taca de vinho, e num passar de tempo le estava, bebabo, feliz e cambaleando pelos saloes, se apoiando pelas paredes. Ainda assim sabia o que fazia, e desejou profundamente ir para casa. A tentar sair do espaco, ainda cheio de convidados, percebera que uma mao tocara a sua. Macia, gentil, com um toque firme, como das pinceladas das obras que ali se expunham diante dos olhos de tantos, ouvira um sussurro perguntando-lhe se necessitava de ajuda. Sorriu, apertou a outra mao que se oferecia amiga, e num gesto silencioso sugeriu que nao. A voz tornou-se a indagar se porventura podia ajudar-lhe, e ele, sem escolha, ao perceber que ja nao mais podia caminhar, apertou-a firmemente aceitando ajuda. Acordou algumas horas depois, e ao seu lado, em sua cama, seu astrologo amigo e a mao que se oferecera em ajuda. Dessa vez era um conjunto de olhos, boca, pele, tato e respiracao, que se aproximavam de sua face perguntando-lhe se tudo estava bem. A mao, a voz, a pele, o tato e a indagacao - tudo aquilo pareceu-lhe magico. Sem nada perguntar, agradeceu a mao amiga, apertando-lhe forte e colocando-lhe junto ao peito. A mao, que agora tornava-se um corpo, inclinava-se proximo a seu corpo, com uma resiracao ofegante, a dizer que nao se preocupasse, pois estria entre amigos.

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