Você já amou hoje? Muito se fala sobre amor, amar, amantes a amabilidade. Dividem o verbo em segmentos diversos, e atribuem-lhe categorias diferentes, e cada uma delas sempre relacionadas a um objeto, a um grupo, a um individuo, e quando esse passa a ser usado como parte de uma entrega geral, saimos de cena para atribuir-lhe à um fato divino, como se não fossemos capazes de uma vez senti-lo, e mais do que isso, experimenta-lo como a um direito legal, inerente a nossa própria natureza. Está série de intitulações, por vezes de uma profundidade essėncialmente paranormal, nos privam - e isso acontece conceitualmente - de experimentar o Amor enquanto um bem comum a todos os seres humanos. Não falo aqui da relação física que isso implicaria, já que não entendo uma plenitude capaz de limitar-se à ideia de corpo, toque ou mesmo sexo. Falo do amor que flui como legitimação do respeito pessoal, e fundamentalmente como produto da racionalidade à serviço do prazer e do bem estar, enquanto seres biologicamente bem elaborados do ponto de vista da anatomia dos seres pensantes. Perdoe-me o Cosmos se assim não o somos, mas a mim, me sinto como tal. Ao buscar razöes para o desenvolvimento natural daquilo que entendemos como vida - e outra hora abordaremos as mesmas indagações tendo como objeto de analise o verbo Viver, a palavra Vida e o termo vivenciais - nos deparamos com um certo gozo momentâneo, que nos faz sentir vivos, ativos, produtivos, quastionantes, irrequietos e portanto vigilantes aos prazeres, que se estabelecem como metas de "felicidade". E ai me pergunto - Não seria a busca da felicidade - e aqui a vejo como um elemento de prazer pleno, capaz de incorporar valores que vão desde a auto-satisfação degustativa, olfativa e sensorial - que definiria a nossa relação de amor com tudo e com todos?. Não seria a busca da satisfação pessoal - e essa em nòs habita 24 horas por dia, deixando aos sonhos o papel de realiza-la no plano extra-sensorial - que estabeleceria essa ponte de estreitamento entre o amante e o ser amado? E nesse aspecto, Amar, não importando em que sentido fosse entendido, não implicaria em uma necessidade insulinica diária de buscar realizar um a toque fosse, que nos fizesse sentir a caminho da plenitude? Amar não seria a convicção de que somos apenas um com o outro, com o Universo, com a política, com as crenças do espírito , com a ideia de liberdade e com a forma mais sublime de encontro com o divino? Todas as vezes que voltamos para casa desapontados com algum infortúnio diario, falamos de falta de amor no mundo, no trabalho, na sociedade, na TV que exibe alienação, no programa de radio que so toca funk, enfim. Essa "falta" de "alguma coisa", não nos transporta sensivelmente aos conceitos de Amor sentimento, Amor ação, Amor interesse, Amor produção, Amor pergunta-resposta, Amor intelecto? - Meu chefe me tratou mal! ( meu chefe não me deu amor hoje! Eu quero! Eu preciso! ). Meus alunos faltaram com o respeito comigo hoje! ( não fui amado hoje por meus alunos! Eu preciso...). Alguem pisou em meus pés no trem! ( meus pés não foram percebidos! Eu não fui percebido. Alguem me ignorou! Eu não fui amado o suficiente! ). Entre varias desculpas com variações de razöes diferentes, no fundo de nossas queixas está sempre a ausência do amor em suas diversas facetas; em sua mais complexa manifestação. Ao nos deparamos com os dias em que acordamos propensos a amar - ou em outras palavras: produzir, respeitar, sentir, olhar, perceber, considerar, entre tantos outros verbos que não podem viver totalmente separados do Amor, ainda que este sofra varias alterações de conteúdo e conceitos), não percebemos uma certa vulnerabilidade maior, em ser feliz, sendo a felicidade a medida exata do amor em sua extensão mais plena? Se ao considerarmos todos esses fatores como elementos essėnciais para a construçäo de um EU mais sensivel, acessivel, perceptivo e produtivo, não seria "de bem" perguntarmos todos os dias ao acordarmos, quem/oque/como/com quem vou amar hoje? Isso não facilitaria um entendimento melhor do divino em cada um de nós, e não nos elevaria a um outro estagio de compreensão sobre o amor verbo, intelecto, ação , produção ou seja la qual for seu sentido? E pergunto-lhe agora, exatamente no auge de todos os meus questinamentos, que exercito aqui na mais pura forma de amor literário: Você já amou hoje? João Brandão Júnior 22 de Fevereiro de 2013

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