Passagem

Moram em mim, partes dos outros, que chegam sem a intenção de construir.

 Ficam espalhados pelas largas salas de minhas diversas personalidades, pedaços de lambris de ansiedades, que se misturam com cacos de tijolos frágeis de inseguranças alheias - embora não me pertençam, trato-os como se parte de mim fossem, a fim de acostumar-me a lidar com as oferendas involuntárias que a vida me dá, como parte da construção inacabada que sou.

Respiro involuntariamente o ár das incertezas que cruzam meu dia a dia, sem a escolha da recusa - assim é a vida de quem, da palavra, cria jogos de expressões, na tentativa de a tudo dar nome, e a tudo encontrar sentido.


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