Passagem
Moram em mim, partes dos outros, que chegam sem a intenção de construir.
Ficam espalhados pelas largas salas de minhas diversas personalidades,
pedaços de lambris de ansiedades,
que se misturam com cacos de tijolos frágeis
de inseguranças alheias - embora não me pertençam,
trato-os como se parte de mim fossem,
a fim de acostumar-me a lidar com as oferendas involuntárias que a vida me dá,
como parte da construção inacabada que sou.
Respiro involuntariamente o ár das incertezas que cruzam meu dia a dia,
sem a escolha da recusa - assim é a vida de quem,
da palavra, cria jogos de expressões,
na tentativa de a tudo dar nome,
e a tudo encontrar sentido.
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